NALU ROSA


Uma ponta reluzente e preta surgiu dentre as ondas e foi parar na areia grossa, unida a uma espécie de tentáculo rosáceo. A ponta vinílica tocou a moça e agarrou-lhe a perna. O monstro foi surgindo das águas e se exibindo, cintilando na luz baixa do fim da tarde. A barreira vai quebrar essa noite. A lagoa vai encher. O flash trovejava, a lona amarela flutuava acima da pedra grande com tripé.
Espinhos se aproximavam do rosto da humana, mas não arranhavam.
Confiou.
Deixou-se ser abraçada por trás, enquanto garras seguravam seu pulso, tornozelo, tentáculo entre as pernas, quente e úmido de sal, pelúcia e pêlo escorrendo nas costas, derretendo-se na areia de vidro, a cama cor de terra macia. A máquina costura as ondas e o que está por dentro — costura o que é imo no oceano de si — enquanto as ondas-máquina costuram o gozo.
Levanta.
A lua é coincidentemente cheia. Um mergulho no rio que deu pro mar.


instagram.com/nalurosa
Orientadora: Ângela Berlinde

Brasil

Privacy Settings
We use cookies to enhance your experience while using our website. If you are using our Services via a browser you can restrict, block or remove cookies through your web browser settings. We also use content and scripts from third parties that may use tracking technologies. You can selectively provide your consent below to allow such third party embeds. For complete information about the cookies we use, data we collect and how we process them, please check our Privacy Policy
Youtube
Consent to display content from - Youtube
Vimeo
Consent to display content from - Vimeo
Google Maps
Consent to display content from - Google